UM DIA APÓS O OUTRO
Na boca
Gosto amargo
De coisa perdida
De tempo
De saudade.
Palavras ficaram
Guardadas
Grudadas
Na boca
No peito.
Desperdicei meu esperma
No silêncio uterino
Transporte do destino
Avenida afora
Transeunte oportuno.
O que não fui hoje
É o que há de me
Esmagar amanhã,
Os de amanhã
Hão de ver passar...
O andor das dores ambulantes
O tempo de olhar o mundo
A luz nascendo nos dedos
O joio e o trigo no mesmo lagar
O cumprimento de sonhos e profecias.
(Jamais faltei um dia sequer!)
T@ACITO/XANADU