O tirano, as formigas e os gafanhotos ( uma fábula contemporânea)

O tirano quer matar de fome as formigas,

lança os gafanhotos para tomarem

a terra e a tornarem terra arrasada

para as formigas não poderem ter comida

suficiente. O mundo grita que o tirano

quer matar a natureza. O tirano

não deixa de dar resposta: fui eleito;

fui eleito pelo povo! O passado responde:

Hiltler também foi eleito pelo povo.

-

As formigas já não querem deitar

vergônteas como antes, numerosamente.

Não querem ser multidôes pisadas

e esmagadas sem dó nem piedade.

-

As formigas querem apenas trabalhar

para no verão poderem ouvir

o canto das cigarras, preciosas artistas:

tais como Ângela Maria, Elis Regina,

Joyce, Adriana Calcanhoto e Isa.

Mas o tirano assassina a cultura e a arte.

-

O capitão do mato diz que a escravidão

foi boa para os afrodescendentes:

de fato, em países da África

subsaariana as condições

de vida são muito ruins,

mesmo se comparada c' a do nosso país,

ouvimos o argumento do capitão do mato;

-

o capitão do mato sempre será

testa de ferro! Vilipendiará Zumbi

dos Palmares e os heróis negros

que hoje querem igualdade não

para serem iguais, mas para serem

seres humanos com a história nas mãos,

sem permitir que haja o epistemicídio:

o corte que separa o corpo da alma.

-

Quanto na educação nela há o javali

querendo silenciar o pátio das escolas,

querendo incitar os javalis contra

a justiça, senhor absoluto de todas

as mentiras; mas o tirano está cada

vez mais mais só! Chama os dissidentes

de traidores, defenestra dos cargos

homens sérios, como se fossem objetos.

-

Gafanhotos nunca deixarão de haver.

Face às legislações tiranos peidam fogo,

fedem cada vez mais e causam repulsa.

Haverá os gafanhotos do time reserva

sempre a querer a função de técnico do time.

Cabe a nós vencê-los em pleitos sempre.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 02/06/2020
Código do texto: T6966042
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