A HORA VINTE E OITO

O negro escaravelho,

traz a dor maldita.

E perante o invejoso espelho,

antevejo a hora desdita.

Muito ainda a ser feito,

Não é tempo de ir.

Não tem jeito!

Não vejo uma folha cair.

Sei que o outono, é em breve.

A vida não é infinda,

cabelos tintos de neve

falta uma demão ainda.

Taças vazias nos altares.

Meu coração, ainda não fibrila,

alheio a pesares...

Quero ser o último da fila.

Nada de cansaço,

sonho outra vida;

Arremesso anos ao espaço,

adio a partida.

(Hoje sacrifico mais um touro de Abril...)

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 28/04/2020
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