A HORA VINTE E OITO
O negro escaravelho,
traz a dor maldita.
E perante o invejoso espelho,
antevejo a hora desdita.
Muito ainda a ser feito,
Não é tempo de ir.
Não tem jeito!
Não vejo uma folha cair.
Sei que o outono, é em breve.
A vida não é infinda,
cabelos tintos de neve
falta uma demão ainda.
Taças vazias nos altares.
Meu coração, ainda não fibrila,
alheio a pesares...
Quero ser o último da fila.
Nada de cansaço,
sonho outra vida;
Arremesso anos ao espaço,
adio a partida.
(Hoje sacrifico mais um touro de Abril...)
T@CITO/XANADU