REFLEXO
Já não tenho medo agora,
não me causa mais surpresa,
As marcas dos perdidos anos.
Sulcos profundos de desenganos
cavados pela vida afora...
O tempo não apaga mais
a tinta dos meus cabelos,
agora prateados de luar.
Não me encanta a beleza de outrora
se não posso nem mais lembrar.
Tampouco, posso me orientar,
pelo mapa que aos poucos
foi se desenhando em meu rosto.
Como um pergaminho,
que não ouso desenrolar.
Vejo minha face, em cada face
de um cristal escuro,
multilaterais, tridimensionais...
Uma face perdida de mim,
apenas procuro!
T@CITO/XANADU