Como mandamos, fechem as bocas!
Suas bocas porcas;
Seus dentes podres;
Seus corpos imundos.
Só merecem o lixo,
o resto de nossas
limpas mesas!
Suas casas tortas;
Barracos de flandres;
Esgotos do mundo.
Nem merecem isso,
viverem à sombra
de nossas riquezas!
Não possuem almas.
Simplórios construtos;
Inglórios selvagens!
Louvem-nos às esmolas!
Clamem-nos às solas.
Estamos em viagens!
Suas porcas loucas
a parafusar cabeças.
Dobradiças soltas,
em portas obesas
que se arrastam
no chão sem piso.
Guerras sem causa,
casas de taipa
em alagadiços.
Total conflito
à lei que nos serve...
Eis nosso sucesso!
Em bocas podres,
abcessos enormes
a sorrir aos flashes.
A saúde não socorre.
Todo direito a abdicar
dos direitos pra viver!