Estranho

Estranho

Nem parece que o ontem

Aconteceu

O ar estava fanho

O azul escureceu

Não parecia que havia um além

É curioso

O tempo tenebroso

Prometeu

Falecer as estrelas

Aquele breu

Impedia de qualquer um velas

O silêncio era ensurdecedor

Como se a Terra

Rolasse de dor

E como uma criança

Fazia birra

Como se não houvesse esperança

Para acrescentar mais uma manhã

Tinha já me convencido

Que o céu tinha esquecido

De vez seu azul

É como se o canto

Da Pipara-Azul

Ficasse em silêncio

Sabe lá por quanto tempo

Me surpreendi

Com o salto

Do ontem para hoje

O ar mudou seu aspecto

O céu ficou nada discreto

Desfilando diante do sol

Como se já estivesse assim

Mais rico em cores

E em sons

Decorado de todos os amores

Embrulhado como bombons

O dia que estava de ponta cabeça

Agora é um novo raiar que começa

Ricardo Palermo
Enviado por Ricardo Palermo em 15/02/2020
Código do texto: T6867023
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