Estranho
Estranho
Nem parece que o ontem
Aconteceu
O ar estava fanho
O azul escureceu
Não parecia que havia um além
É curioso
O tempo tenebroso
Prometeu
Falecer as estrelas
Aquele breu
Impedia de qualquer um velas
O silêncio era ensurdecedor
Como se a Terra
Rolasse de dor
E como uma criança
Fazia birra
Como se não houvesse esperança
Para acrescentar mais uma manhã
Tinha já me convencido
Que o céu tinha esquecido
De vez seu azul
É como se o canto
Da Pipara-Azul
Ficasse em silêncio
Sabe lá por quanto tempo
Me surpreendi
Com o salto
Do ontem para hoje
O ar mudou seu aspecto
O céu ficou nada discreto
Desfilando diante do sol
Como se já estivesse assim
Mais rico em cores
E em sons
Decorado de todos os amores
Embrulhado como bombons
O dia que estava de ponta cabeça
Agora é um novo raiar que começa