Esquina
Seu perfume decora
A janela
Tropeço no voejo
Arqueando a cobiça
Fitando os meus
Olhos
No limbo
Orvalhado das flores.
Tolhe um desejo
Insípido
Norteio a alcançar
A linha vertinosa
De tudo o que penso.
Um caos tênue
Soluço de brisa
Azedume embutido
Nas ferrugens
Atarantadas
Dos meus vícios.
Os meus gestos
Uivam por pureza
Lâmina bruta
Pedra encalhada
No batente da casa
Sem porta.
E bem lá ao longe
Ouvir o banir
Da sua inquietude
Só tive atitude
De decorar toda
A sala
Puxar
A cadeira
E te pedir para
Sentar.
Daniel Gomez.