IMAGENS EM VITRINES
Eu vagueio pelas sombras do meu cérebro;
A graçolar em torpor sono nostálgico d'amor;
Sabendo o quando é-me belo os labirintos d'alma;
E, pelas curvas, ladeiras, vales, montes e serras, vou-me...
Sabendo que não sou um condor, nem uma garça estática.
Observo telhados sobre a luz do esplendor em cor;
Nem sol, nem lua, nem tão pouco estrelas nuas, sou...
Iluminado, escurecedor ao colorir as paisagens em pincéis;
Pelos tons pasteis do meu interior frêmito.
Ah! o meu grito ecoa vislumbrando-se no escuro em clarão;
Roubando flores colhidas nos jardins em noites d'amor;
Pelo perfume ainda intenso do sono que não acordou;
Porque Sou o louco que sonha com dias melhores em vãos...
Por tentar alcançar o recôndito n'alma, o pensamento...
Deixo-me nos becos, portões, janelas e portas fechadas;
Nos livros, e mais nada para não contar em miúdos de dadivas.
Quando eu havia fechado os olhos em atalhos espinhosos;
Das rosas que sentiam-me livre da putrefação fedorenta.
E aqueles que fizeram-me triste em alegrias escondidas, foram...
Morreram todos nas flores putrificadas na terra batida;
Em chão bruto como escravos da irá em coro divino;
Fazendo-me um bem danado em cantos cravejados;
De suor e torpor pelo licor embriagante da luz de velas.
Ah! porque é bom ter em mim o desespero sensato nas vicissitudes;
Assim, o luzir tremulo dos armários em espetáculos, abrem-se...
E as cores que brilham em cada muda de vestes em mim a ruar;
Faz-me às vezes esconderijo, como uma quimera enlouquecida;
De um falso sonhar em caminhos que só sei me apaixonar.
Estou sempre só, nunca em espera; sempre mudando-me;
Os que não dormem e, vivem a maldizerem-me pelos feitos;
São os que sentemo-me como o louco ufanista que pensa;
Porque nunca deixar-me-ei tergiversar o eu;
Que desabrocha nos palcos em gritos meus...
E quando leio as páginas odientas do mundo cruel;
Onde eles roubam, matam, fustigam os atos...
Eu continuo ai minha caminhada pelo sono;
Pela tanta beleza que põe-se em nada por mim;
Pois, eu sei ser o que chega para alegrar-me!
Porque eu seu o vento que assombra assombros dormidos
Nas noite em sonhos dormidos em luas de lágrimas;
Esperando mais um surgir na alvorado, o sol...
De todos minhas madrugadas em sono d'amor.