REVOADA
Quem vem de lá em revoada,
Trazendo nesta arribação,
Os humores de uma jornada?
De que terras viestes?
Que amores cultivastes?
Que sonhos extraviastes,
No abandono de uma paixão?
Desejo conhecer tua estória
Visitar os teus portos seguros
E os desterros dos teus augúrios
Entender os teus desentendimentos
Me pender aos teus arrependimentos
E me perder nesses teus movimentos
Tens alguma poesia para declamar?
Pelo menos, uma rosa para ofertar?
Ou então um coração para se amar?
Do verso, da flor e do amor
Não há o que se lamentar!
Deles tudo pode se esperar!
Mas necessito compreender
Todas as tuas indolências
E também tuas urgências
Não me recuses este conhecimento!
Preciso me fazer em convencimento!
Já convivo muito com o sofrimento,
Que, à socapa, se perenizou no pensamento.
Quem sabe me pego em encantamentos,
E vá contigo para algum firmamento?
E voas comigo para o esquecimento?
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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