CORRENTES

As correntes de vento

E as correntes do tempo

Guardam entre si as verdades

E todas as suas cumplicidades

.

Na janela que fechamos

Evitamos

Os elementos eólicos

E os lamentos do ócio

E corremos atrás dos relógios

Que nunca mais achamos

.

Nas portas que abrimos

Recebemos a suavidade do ar

E dos ponteiros, o feroz galopar

E corremos atrás do amar

Que nunca mais sentimos

.

Por isso que peço em penitência

Que no abrir e no fechar da existência

Eles me adormeçam e me acordem

Não necessariamente nesta ordem

.

O que resta no final deste versejar?

O desejo de me prender e me libertar

Em todo o tempo corrente

Em todo vento recorrente

De um jeito que se vive

E nem se sente.

.

Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 17/09/2019
Código do texto: T6746817
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