CANTO SERTÃO

Eu canto o canto da saudade;

Das infindas recordações;

Lembranças que são passageiras;

Neste luar do sertão amado.

A árida terra que me louva;

Numa eterna louvação;

Canto o cartar dos sertanejos;

Sobre o luar desse sertão.

O calor que assovia o rachar da terra seca;

Trata-me com cantoria e me bronzeia com carvão;

E os pássaros que aqui rodeiam;

Gorjeiam num bravo retumbante;

E, Eu olho para o céu escaldante;

Vejo um luz que me alumia;

Com raios fosforescentes escaldando dia.

Sinto-me neste chão bruto como um raiz;

Que nasce na luz do dia com flores de sofreguidão;

E durmo na lua sem uma gota d'água como algodão;

Para molhar esse borra nesse bendito chão;

Bebo água do céu enviado por Deus;

E vou vivendo nessa terra um pensar;

Dizendo baixinho: 'terra abençoada com imenso torram.'

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 15/09/2019
Código do texto: T6745733
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