SOLITÁRIOS CAMINHOS
Quantos passos terei que calcar
Neste terreno infecundo
Irrigado de solidão?
De mãos dadas com todas
As tuas ausências
Percorro os caminhos
Abertos pelo teu abandono
Nas ásperas curvas
Minha dor se curva
Minha visão é turva
Minha alma se entrega
Meu presente se verga
Ao vazio que me cerca
No início desta corrida
Pude ler no horizonte
Uma inscrição: partida
A sua!
E agora, afinal
Eu verei no final
A faixa de chegada
Da minha despedida
Desta solitária vida
Nua!
Crua!
Apenas os versos
Fiéis, hão de me aguardar
A poesia há de me guardar
Numa embalagem onírica
Para que na fantasia lírica
Eu possa, contigo, concretizar
A caminhada do amor, que você
Se recusou, comigo, a realizar.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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