SOLITÁRIOS CAMINHOS

Quantos passos terei que calcar

Neste terreno infecundo

Irrigado de solidão?

De mãos dadas com todas

As tuas ausências

Percorro os caminhos

Abertos pelo teu abandono

Nas ásperas curvas

Minha dor se curva

Minha visão é turva

Minha alma se entrega

Meu presente se verga

Ao vazio que me cerca

No início desta corrida

Pude ler no horizonte

Uma inscrição: partida

A sua!

E agora, afinal

Eu verei no final

A faixa de chegada

Da minha despedida

Desta solitária vida

Nua!

Crua!

Apenas os versos

Fiéis, hão de me aguardar

A poesia há de me guardar

Numa embalagem onírica

Para que na fantasia lírica

Eu possa, contigo, concretizar

A caminhada do amor, que você

Se recusou, comigo, a realizar.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 15/09/2019
Código do texto: T6745340
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