OS OLHOS DAS ALMAS PERDIDAS

Eu sou o que chamam-me de perdido;

Eu sou o que a vida abortou;

Sou o crepúsculo do entardecer tristonho;

Sou crucificado pelo sangue de Nosso Senhor;

Sou o cale-se que não querem ouvir-me;

Sou os bosques escondidos;

Nos vales do amanhecer

no crepúsculo tênue;

Do entardecer.

Ah! eu deveria e partir para o sul do norte;

Caminhar entre espinhos que queimam-me-iam na carne que comem;

No banquete da lasciva das ilusões em sonho;

Matando-me brutalmente no impelir do sacro-santo, dia após dia!

Eu sou o véu que veste o céu de lua;

Aquele que grita em silêncio o que tudo vê…

Sou o choro contido nas lágrimas…

Sou o porquê de toda vaidade…

Algo que não mereço ter em mim… é-me o desabafo…

Na vida me encontro no meio das mortes de dor;

Alguém que paira no vácuo do destino;

Clamor que desnuda essa vida nua, crua, selva de seres mortais;

Anormais possamos vivenciar;

Lamentamos por não ser verdade em verdades;

No contexto do texto em epílogos: "Porquê não sei para onde ei de ir?"

Talvez eu esteja satisfeito…

Neste gira mundo, vidas!

Pelo momento que apedrejam-me;

Matam-me, não tiram o pensar: Eu sou!

Sou uma eterna magia colorida pelas luzes que piscam em cores...

Sorrisos soslaio, porém, risos percebidos...

E na minha cegueira: " reflexos"

Eu estava a olhar o céu, azul, cinza, branco, alaranjado, amarelado…céu!

O esplendor da vida que nos faz lenda pela vida inteira;

Esperança colorida de sabermos algo sobre o céu;

E, com seus astros em lua, sol, estrelas, planetas…

Ficamos cegos por pensarmos por demais;

No dentro e fora da ausência do eu...

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 14/05/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6646544
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