VIDA IMENSA
VIDA IMENSA
Das rendas da vida bem sei eu...
Não que tenha vivido demais
Nem que tenha vivido de menos
Apenas vivi a quantia certa de tudo:
A porção suficiente da dor,
a boa parte de amor,
a satisfação do prazer carnal,
a estonteante vaidade banal,
o riso de dentes francos
e a lágrima amarga de olhos ardidos.
Sou poeta lúcida de uma loucura nua
que voa repentinamente pelo teclado
em palavras não ensaiadas,
vomitadas à revelia,
cheirando à leite azedo do meio dia
e poesia.
... Em mim o poema nunca completa a digestão;
sempre quer dizer mais
Sempre tem mais à dizer.
Das rendas da poesia não sei tudo
Aliás, nada sei!
Não que tenha escrito de menos
Não que tenha escrito demais...
É que a vida é muita para caber nos meus parcos versos.