VIDA IMENSA

VIDA IMENSA

Das rendas da vida bem sei eu...

Não que tenha vivido demais

Nem que tenha vivido de menos

Apenas vivi a quantia certa de tudo:

A porção suficiente da dor,

a boa parte de amor,

a satisfação do prazer carnal,

a estonteante vaidade banal,

o riso de dentes francos

e a lágrima amarga de olhos ardidos.

Sou poeta lúcida de uma loucura nua

que voa repentinamente pelo teclado

em palavras não ensaiadas,

vomitadas à revelia,

cheirando à leite azedo do meio dia

e poesia.

... Em mim o poema nunca completa a digestão;

sempre quer dizer mais

Sempre tem mais à dizer.

Das rendas da poesia não sei tudo

Aliás, nada sei!

Não que tenha escrito de menos

Não que tenha escrito demais...

É que a vida é muita para caber nos meus parcos versos.

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 23/10/2018
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