Ofício do Poeta_Ressurreição Poética n° 37
Da Série: RESSURREIÇÃO POÉTICA
POESIAS ANTIGAS
[Veja a contextualização desta série na poesia n° 01]
Ofício do Poeta
Com um pouco de tinta na mão
Fórmula mística de pura magia
Extraída da fantasia do caldeirão
Esculpo na folha minha poesia
E com a verdade do meu verso
O reverso do inverso do reverso
Eu transfiro para a superfície deste papel
Todas as estrelas do firmamento do céu
Que brilham em minha imaginação
Na mais resplandecente constelação
Um pedaço da minha história
Que no interrogatório de um poema
Se revela da alma todo seu sistema
Neste ofício não existe um teorema
E para a minha grande glória
Os versos procuram sempre delatar
As entrelinhas de todo meu poetizar
Com um pouco de poesia na mente
Adormeço nas linhas, placidamente
E sonho tão encantado com ela
Debruçado sobre a minha janela
Que se abre em colorida aquarela
Horizonte de cores e flores sem fim
Colhidas do sonhar do meu jardim
Sobre o verso, sobre a rima
Produzo a minha obra-prima
Pelas emoções construídas no entorpecer
E na aparente inércia do lirismo destas palavras
Eu rompo todas as correntes, todas as aldravas
No exercício arrebatador do meu escrever
Transfigura-se crescente movimento de emoções
Incubadora das sementes dos intensos furacões
Personagem de uma peça de lindas encenações
Cujo enredo maior que não se ensina
A poesia já tem sua natureza libertina
O verso já é ator, diretor e produtor
De minha existência, da minha dor,
Da plenitude de todo o meu amor.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
23 de novembro de 1984
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