O MEU SERTÃO
O sertão, o meu sertão não é seco.
A secura está na ambição de quem não irriga corretamente, os valores pra esta parte de Brasil ressecada pela avareza politica de quem entra e sai para governar a desgovernabilidade adquirida ao longo dos nossos 518 anos de maus tratos,saques e descasos.
O Sertão é firme,pois a solidez da sua resistência, está intrínseca n'alma de quem por aqui habita e constrói a durabilidade do viver, regado a luta e esperança,duvidas e lamentos, honra e fé.
São partículas de sonhos que se multiplicam, se fundem, se fortalecem se juntam feito celulas complementares de um só corpo; o corpo da vida.
A fome, é companheira permanente, mas a solidariedade desse povo, alimenta a todos numa construção mutua, de quem sabe dividir até o sofrer da dura pena de esperar o inverno do ano seguinte.
Saber esperar, é um parto gerado no ventre do tempo, na placenta da esperança e no útero do existir de cada um.
A vida de quem espera, é a sapiência do crê que algo virá de muito bom.
Assim somos, um pedaço da nação, mesmo que sejamos por alguns segregados, face a sua ótica de ignorância.
Sabemos sim, o que é peso da lida,diferenciação de olhares,sorrisos amargos. Todavia, nossa fortaleza não estar no lamento, mas sim no caminhar, pois a estrada é comprida, e quem para pra se queixar, corre o risco de não tropeçar nas possibilidades que o destino vez por outra nos agracia, como recompensa do lidar.Deixar-vos ei, na companhia desses versos flutuantes, que me vieram agora, como balsamo enriquecido de palavras que nutre a força do nosso estradar:
"O meu chão é duro e forte
E é pra quem tem coragem
De enfrentar a duras penas
O solo na estiagem
Viver aqui é poesia
É um canto em harmonia
Retratando essa paisagem"
Esse é o sertão torrado em filetes de nuvens, regado pelo orvalho que amanhece beijando as flores e enchendo de perfume a caatinga, o serrado, o brejo, a campina, a capoeira, o "vajado",a planície e o vale que banha de lindeza nossos olhos molhados de esperanças tantas em Deus e em nos mesmos, sem ilusão da AJUDA CORPORATIVA de quem deveria de fato incorporar (por obrigação) o nosso prosseguir.