O fisgar.
Um lugar que você nunca esteve
O sentir que você sempre deteve
Uma pessoa entre tantas que passam na rua
Abre a porta da sua alma e a deixa nua.
A reciprocidade que tanto se almeja
O ontem e o hoje entregues de bandeja
A vontade de que certa se esteja
De que discutidas afinidades sejam mais do que do bolo a cereja.
A troca de palavras que te dá um sorriso bobo constante
O medo de não saber o que vai se encontrar adiante
A surpresa da realidade ser bem melhor do que se imaginava
Junto com a timidez que só o que parece valer à pena escava.
Aquela que sempre fala de repente emudece
Apagando tudo o que a hiperativa mente conhece
O acanhamento que nas maçãs do rosto é revelado
Faz guardar suas palavras e emoções com cadeado.
A união de lábios e olhares
O entrelaçar daqueles dedos suaves
Faz perceberes então que não há para quê pensar demais no futuro ou ter retraimento
Pois a intuição insiste para a entrega ao fisgar daquele momento.