Não se cansa vento sul?
Não se enfada vento norte?
Vens dos quatro cantos da terra
adentrar pelas arestas de minh'alma,
açoitando meu corpo cansado!
Este sopro frio
Esse vendaval lá dos velhos mares...
...Arrasta todo resquício de esperança.
Já despentearam meus cabelos
Já despetalaram as flores do jardim
Ressecaram minha pele_ Areias do deserto
Ah vento bravio e tristonho...
Não te cansas?
Quem me dera noites de aragem morna...
Quem me dera anjos voando, trazendo-me
acordes de um velho violino...Doçuras e canções!
Quem me dera roupas com aroma de jasmim,
balançantes no varal em entardecer de primaveras...
Doce quimera!
Ao invés disso, somente este vento de mal agouro,
casmurro, a zumbir nos meus ouvidos, trazendo vis
presságios...Aguardando, zeloso, meu triste fim...
Não.
Não há aragem morna para mim.