Se ao menos me conhecessem no âmago de minh'alma 
Se pudessem me ver tal como sou, na essência do meu eu
Prescrutar à fundo os cômodos dos meus recantos secretos
Saber onde pousam meus pensamentos mais sombrios...

Se ao menos tivessem andado um dia apenas ao meu lado
Pisado nos mesmos espinhos e brasas vivas em que pisoteei 
Sentido a dor que rasga o meu peito em dor e aflição
Bebido da mesma fonte amarga em que bebi nos desertos...

Julgam minha conduta, minhas palavras,minhas letras em vida
Mas ignoram os meus " Porquês"... Lamentáveis razões de ser
Se ao menos passeassem dentro do meu eu fragmentado
Vivo do pouco de gentileza que a vida ainda me empresta...!

A poesia, em mim, não é jamais uma forma de ostentação vã
Creio mesmo que o poeta não precisa de razões para versejar
Os versos são brados que se despejam no papel, em vendavais
Nas palavras, liberam toda a aspereza desta existência...

Então, não podendo adentrar pelos portais do meu eu confuso
Leiam nos meus poemas nus, neles derramo minha alma
Sou exatamente o que eles dizem, sem tirar nem acrescentar
Minha poesia é o que sou, exposta em cada linha dos meus versos crus.
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 03/12/2016
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