Resquícios

Resquícios do passado

Incomodando o presente

Presépio de natal

Precipício nos sonhos

Tudo isto feito para aquele

Aquela aquarela

Aquela que não vai ver

Ou simplesmente ler

Tenho pena

Apenas congratulações

E um bilhete de metro

Que perdi na vinda

Na vida da Fazendinha

Que não deu chances para o Moloch

Ginsberg aqui e agora

Continua sendo mulherzinha

Sorte dele, de nós

Não ter sido encarcerado no Carandiru

Reminiscências do futuro

Daquela arvore de natal sem pisca-piscas

Feita para aquele que não nos quer ouvir

Para estes cidadãos

Simplesmente me calo

E com os calos dos dedos

Do dedesenhar as notas musicais

Letras e afrescos

Grito

Contra todo tipo de tortura

Mesmo aquela que às vezes curtimos

O tombo desajeitado do ser desajeitado que somos

Sou a favor de todo tipo de ditadura

Desde que ela nos leve a libertação total

Coisa que o capiao-lismo não conseguiu

Então deixemos esta exacerbação da nossa racionalidade

E voltemos a ser gregos

A não teme a aniquilação

A não acreditar que existe sempre um amanhã

Depois desta manhã

Livremo-nos senhor

Diante do seu altar

De todas estas canções sertanejas

UNO-versitárias

E traga-nos o coro dionisíaco

Livremo-nos senhor

Diante do seu altar

Das novelas

UNO-globais

E traga-nos a tragédia grega

Livremo-nos senhor

Diante do seu altar

Dos políticos

UNO-corruptos

Salve a juventude trotskista brasileira