Apenas o afago das próprias mãos
Agora seus olhos já não têm
o viço da mocidade, não se importam
em sorrir apenas estão alheios
esperando alcançar a esperança.
Brincando na dança fosca da solidão
pensam em falar de saudade, da dor que pulsa
no peito, do atrito da água do mar que
destrói a areia deixando formas desconexas.
De vazios em vazios estás rotos de descaso.
Como falar de flores, pássaros e crianças?
Se o rosto sulcado pelo tempo,
encontra apenas o afago das próprias mãos.
Há muito desfalecidas, não entendem
o por que da bondade ser um sinal de fraqueza,
Se o tempo ensina a querer pouco
e se responsabilizar por muito.
É o mesmo que dar um minuto
para o adeus, e uma vida inteira
para ir se desapegando
até a hora da partida.