As estações
Amor, amizade, amantes, amigos, sei lá...
Você me convida
Vamos ser amigos
E isso me faz pensar
Eu gosto de pensar...
E eu penso em silencio
As vezes meu silencio
Parece imenso mar
Mar em calmaria
Em que só o vento
Vem comigo,
E só ele eu admito,
Conversar
Vamos ser amigos,
Eis uma voz antiga
Repercutindo em meu olhar,
Não é o meu desejo
Mas é o que consigo alcançar
Amigo,
Amantes
Amor
Tudo com a
Amigos seja como for
Eu tenho que aceitar...
Todavia do meu acordar
Revive também outros mortos
Beijos derretidos
Abraços etéreos
Palavras de amor
Sonho que nem começou
Outros dormindo ainda
Que não sei se nascerão
Mas olhando esse mar...
Quem pode desvendar esta extensão?
Quem pode penetrar nas profundezas
Do meu coração ?
Asa quebrada
Um olhar perdido
Anjo expulso do paraíso
Em que cria ser eterno
Em penso em silencio
E no meu silencio há dores e tremores,
Caixão de amores,
Ranger de dentes
Céu e inferno,
Eu faço silencio
Eu gosto de silenciar
Eu gosto de olhar o rio
E ver o passado passar
Na esperança de um dia
Esse mesmo rio que consome meu olhar
Esteja seco
Para eu poder caminhar
Seguir estrada
Não ter mais para onde olhar
Ê ir mais longe
Mais longe ate
Do que onde
Minha vontade pode imaginar
De maneira que esqueça
O caminho pisado
E me perca
Para nunca mais saber voltar...
Vamos ser amigos
Mas já somos amigos
De outra maneira não poderia ser
Quando quiser me acordar
Me arrancar desse paraíso
Que crio quando estou a pensar
Que sua voz seja de amor
Que sua mão mitigue a minha dor
E que eu possa ver
Alem, muito alem dos limites desse mar
Bem perto de mim
Se refletindo nos meus olhos
O teu olhar
Mas eis que sonho
É um delírio tudo isso
É a loucura a me alimentar
E vai ser sempre assim
Enquanto for noite escura
E chover no meu coração
Inverno, verão, outono
Em mim só há uma estação
A me consumir
E na qual eu me detenho
E na qual eu me embrenho,
Companheira Ilusão.