Eu, e o passarinho
Um pequenino passarinho.
Todas as manhãs vem me visitar.
No seu canto tão sozinho.
Passou a me cativar.
Percebi que o seu canto.
Professava uma desilusão.
Assim como o meu pranto.
Provindo do coração.
Aquela triste criatura.
Também estava sofrendo.
Com uma doença sem cura.
Aos poucos estava padecendo.
Oh, passarinho desolado.
Se tu compreendestes a minha dor.
E, ficasses sempre ao meu lado.
Eu em troca te daria amor.
Mas, o passarinho desapareceu.
E, nunca mais veio me acordar.
Acho que ele me esqueceu.
E, não quer para mim mais cantar.
Um dia porém despertei.
Com uma bela e sonora canção.
E logo que a escutei
Reconheci a sua versão.
Era ele, para mim veio cantar.
E me dar um pouco de alegria.
Mesmo dando-me a demonstrar.
A sua imensa nostalgia.
Acho que aquele bichinho.
Percebia minha solidão.
E ele com todo seu carinho.
Tentava me tirar da depressão.
E após ver minha felicidade.
Ele também feliz ficava.
Existia entre nós uma cumplicidade.
E a gente então se adorava.
Os pássaros também sabem amar.
E compreendem os nossos desalentos.
Eles expressam com o cantar.
Todos os seus sentimentos...
O que tinhamos em comum: a solidão...
O que buscávamos: uma amizade...
Para amenizarmos a dor do coração.
E encontrarmos um amor de verdade.