Olhar de fera
Dos teus lábios desnudos brotam palavras improfícuas
Que entopem meus ouvidos romantizados de ilusão
Numa conversa desenfreada beirando ao precipício
Da carência desesperada e simples de ter atenção
Mendiga-se migalhas de afeto, de apreço, de quero-bem
Do momento que sobra do teu dia em que olhas para mim
Ah, teu olhar, teu olhar, tendência natural de fera selvagem
De predador voraz que preza seu amplo ângulo de visão
Que calcula o golpe que irá expor meu néscio coração
Brada a fortes pulmões fera afoita que me induz ao erro
Sangra-me mais e mais no decorrer dos dias, assim faleço
Por esperar debilmente pela reciprocidade de tua paixão