Cavaleiro das Sombras

Nas sombras de um reino distante,

Um cavaleiro vaga a procurar,

Entre muralhas e noites cortantes,

Um aliado para se escorar.

Seu coração marcado de aço,

Reflete a dor de não pertencer,

Enquanto o dragão cospe seu laço,

E a solidão volta a o prender.

E as estrelas frias no céu,

São testemunhas do seu tormento,

Procurando em rostos um elo,

Mas encontra só o desalento.

No mundo de dragões e abismos,

Onde as almas caem no cinismo,

Busca por laços entre os riscos,

E a amizade é só um eufemismo.

Nas ruínas de um castelo partido,

Uma donzela traz um lamento,

Diz que o tempo é seu inimigo,

E que a esperança morreu no vento.

Cavaleiro e donzela se encaram,

Dois estranhos em terras de dor,

Sob a sombra que sempre separa,

Esmagados por um mundo sem cor.

Eles se enfrentam nos silêncios,

Com palavras não ditas, vão lutar,

Construindo pontes entre cinzas,

Com o que restou do que foi amar.

No confronto final, as máscaras caem,

Vidas marcadas por cicatrizes,

Encontram a força nos olhares,

E na escuridão, um laço surge.

Quando o dragão enfim é silenciado,

O caminho é deserto e frio,

Mas os dois seguem lado a lado,

Transformando cinzas em abrigo.

Nas ruínas de um castelo sombrio,

Sob um céu de eternos temores,

Cavaleiro e donzela acham abrigo,

Na amizade que cura as dores.

Ferrachi Abdtzen
Enviado por Ferrachi Abdtzen em 14/08/2024
Código do texto: T8128678
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