Nas sombras de um reino distante,
Um cavaleiro vaga a procurar,
Entre muralhas e noites cortantes,
Um aliado para se escorar.
Seu coração marcado de aço,
Reflete a dor de não pertencer,
Enquanto o dragão cospe seu laço,
E a solidão volta a o prender.
E as estrelas frias no céu,
São testemunhas do seu tormento,
Procurando em rostos um elo,
Mas encontra só o desalento.
No mundo de dragões e abismos,
Onde as almas caem no cinismo,
Busca por laços entre os riscos,
E a amizade é só um eufemismo.
Nas ruínas de um castelo partido,
Uma donzela traz um lamento,
Diz que o tempo é seu inimigo,
E que a esperança morreu no vento.
Cavaleiro e donzela se encaram,
Dois estranhos em terras de dor,
Sob a sombra que sempre separa,
Esmagados por um mundo sem cor.
Eles se enfrentam nos silêncios,
Com palavras não ditas, vão lutar,
Construindo pontes entre cinzas,
Com o que restou do que foi amar.
No confronto final, as máscaras caem,
Vidas marcadas por cicatrizes,
Encontram a força nos olhares,
E na escuridão, um laço surge.
Quando o dragão enfim é silenciado,
O caminho é deserto e frio,
Mas os dois seguem lado a lado,
Transformando cinzas em abrigo.
Nas ruínas de um castelo sombrio,
Sob um céu de eternos temores,
Cavaleiro e donzela acham abrigo,
Na amizade que cura as dores.