Sem ti, amar...

E que desatem meus sons

Briga de sombra e luz

Façanha escondida na pele

Despencando dos olhos afins

E me finge como em aureola

Que devoro sem hesitar

Quando o peso excita o sangue

Ele fere sem machucar

A tragedia monta pedra

Erguendo a sobriedade

No âmago encontra vida

Escondida entre muralhas

E se atreve a escalar

Ou mesmo a ela perfurar

O silêncio lhe traz guarida

Mas ainda obriga a falar

Eu te insisto, me deixe

E te suplico, não se vá

Mas não peço nem prevejo

Fico apenas a desejar

E na ala sob declínio

Ele beija o perdido pranto

E não foge, e clama o peito

E se corre, alegra o fardo

Não pergunte, em qual destino

Sou ferro em linha cinza

Na parede de fim branco

Ou o preto estrada afina

A melancolia ferve a brasa

E o mar bravio é de ciúme

O teu verde me perde a vista

E nas raízes a minha tintura

O sal do mar beijou tua pele

E a doce chuva encontra a minha

E nosso soro não se revela

Como sabor a não se misturar

Já me disperso, sem dizer

Esse sentir não despertar

Eu te devoro, oh minha aureola

Pois é na queda que encontro lar

Ela suplica, ele despede

Entre nós três não há lugar

E se revelo esse encontro

Só volto a me abandonar

E me venere e me deseje

Logo após me afastar

Porque suplica e não almeja

Algo que não sabe amar

E tranca a porta

Desse teu lar

E me faz ir a procurar

Quando te encontro, não te espero

E se me nego

Esse tão belo

Sem ti, amar...

Maicon Lopes
Enviado por Maicon Lopes em 26/05/2024
Código do texto: T8072168
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