Sem ti, amar...
E que desatem meus sons
Briga de sombra e luz
Façanha escondida na pele
Despencando dos olhos afins
E me finge como em aureola
Que devoro sem hesitar
Quando o peso excita o sangue
Ele fere sem machucar
A tragedia monta pedra
Erguendo a sobriedade
No âmago encontra vida
Escondida entre muralhas
E se atreve a escalar
Ou mesmo a ela perfurar
O silêncio lhe traz guarida
Mas ainda obriga a falar
Eu te insisto, me deixe
E te suplico, não se vá
Mas não peço nem prevejo
Fico apenas a desejar
E na ala sob declínio
Ele beija o perdido pranto
E não foge, e clama o peito
E se corre, alegra o fardo
Não pergunte, em qual destino
Sou ferro em linha cinza
Na parede de fim branco
Ou o preto estrada afina
A melancolia ferve a brasa
E o mar bravio é de ciúme
O teu verde me perde a vista
E nas raízes a minha tintura
O sal do mar beijou tua pele
E a doce chuva encontra a minha
E nosso soro não se revela
Como sabor a não se misturar
Já me disperso, sem dizer
Esse sentir não despertar
Eu te devoro, oh minha aureola
Pois é na queda que encontro lar
Ela suplica, ele despede
Entre nós três não há lugar
E se revelo esse encontro
Só volto a me abandonar
E me venere e me deseje
Logo após me afastar
Porque suplica e não almeja
Algo que não sabe amar
E tranca a porta
Desse teu lar
E me faz ir a procurar
Quando te encontro, não te espero
E se me nego
Esse tão belo
Sem ti, amar...