GOTEIRAS
Solano Brum
Não sei se essa goteira que ouço, é lá fora
Ou se, dentro de mim, repleto de solidão!
Se ela é canto ou desespero de quem chora,
Triste é a que inunda meu lasso coração!
Toda chuva que cai depressa se evapora;
Perde-se nos espaços; toma outra direção...
Se línguas de fogo varam de fora em fora,
Acelera a goteira que parece uma canção!
Ontem à noite, o céu, tomado de estrelas,
Deixaram meus olhos alegres só de vê-las,
Diferente desta, com chuva e sem encanto...
Fere-me a dúvida, qual hidra que devora...
“- É a que ouço dentro de mim ou a lá de fora
Essa goteira que canta parecendo pranto?”
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Versos 'CHUVAS" publicado no recanto das Letra,na pag 12, de 10/10/2018 - T6222381
CHUVAS
Solano Brum
Cai uma chuva fina; tão fina feita garoa
E esse vento frio, não é do mês de agosto!
Chuva fina, ventania, solidão, desgosto...
São flechadas que, ao coração, magoa!
Vento frio sem se importar o quanto doa,
E essa chuva fina, a umedecer meu rosto...
Comigo, vivem, a tristeza de um sol-posto
E o pranto vespertino que a cigarra entoa!
Sou a própria mudez de um triste lago;
- Rapsódia de quem não tem inspiração;
Ósculo efêmero, na face, feito afago...
Sou esse vento frio, essa chuva fina;
Saudade é carcereiro da minha solidão,
Que traz desgosto e ao coração desatina!
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Recebo da Caríssima Poetisa, a bela Trova - Obrigado
HLuna
Solidão, eu não a quero...
É triste, magoa, faz ferida!
E te digo, ainda espero,
Pelo amor de minha vida!
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