Anjo negro
Um anjo negro
Feito gato, subiu no telhado...
Fez um miau amargo,
Um olhar, de desinteresse
E, pulou!...
Sem olhar para trás,
Querendo apagar do mapa,
Suas outras seis vidas passadas...
Pois, não tinha nada a comemorar...
Então é fato!
Não dá para se fazer mais nada!
Além de brindar, com uma cachaça barata...
O miado, que o nego deu!...
Tendo só a lua,
Por testemunha
E, a calçada fria,
Como amparo...
Lembranças, pelo meio fio,
Sendo absorvida...
Ficaram as marcas,
Como uma triste poesia...
Um verso, triste declamado,
Em um urro!...
Um breve miado,
O qual, deixou registrado,
Suas memórias inglórias
E, se despediu...
Partiu!...
Não ouviu, um adeus!
Nenhum bilhete,
Nem, uma triste linha!
Apenas, as marcas na calçada...
Que, o amparou!...
Foi uma noite tão triste!
Brindaram as lembranças, de ti,
Que por aí, ainda existem....
Demarcaram,
Aquele pedaço da calçada,
Onde, tu tombou!...
Em um surto de luto,
Que, se tornou página virada!
Uma triste história, de solidão
Que, ficou assinada
No meio fio, da cidade,
Das multidões...
Um gato, miou
Um anjo negro
Se tornou...
Quando a lua
O resgatou...
Da fria rua
Da vida dura...