SÓ LOUCO
Na escuridão do meu quarto,
minha alma olha o breu
e, depois, sorri por ironia,
com as estrelas diluídas
na janela aberta do quarto,
fatigadas e vazias,
por mim desperdiçadas.
Na cama, eu me assisto em imagens
refletida no espelho quebrado,
e, como um louco de olhos fechados,
permito-me debochar de minha desgraça:
porque sei que a angústia passara
por mim, assim, eu surgirei das cinzas,
como uma fênix,
que não gosta dos depauperado.
Adormeci. Despertei no vácuo...
infinita dor, morte em grito,
imagens de pétalas de flores,
perfumando meu cansaço.
Quando eu despertar
desse momento
branco e preto
viverei
mais uma vez.