INVERNO VAZIO

INVERNO VAZIO

Quando o vento veio

me trazer carícias atrasadas

de um inverno que já sonhava

a primavera,

pude perceber como tardou

em mim o beijo esquecido

na gota de orvalho.

O cobertor

reclamou o calor do meu corpo,

o vinho evaporou-se na boca ausente.

E não tendo a chama

para afoguear sua alma,

o frio contorceu-se em desalento,

e ela, que tanto esperava

pelas labaredas de uma paixão,

teve que se contentar

com as fagulhas da solidão.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 19/10/2020
Código do texto: T7091172
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