INVERNO VAZIO
INVERNO VAZIO
Quando o vento veio
me trazer carícias atrasadas
de um inverno que já sonhava
a primavera,
pude perceber como tardou
em mim o beijo esquecido
na gota de orvalho.
O cobertor
reclamou o calor do meu corpo,
o vinho evaporou-se na boca ausente.
E não tendo a chama
para afoguear sua alma,
o frio contorceu-se em desalento,
e ela, que tanto esperava
pelas labaredas de uma paixão,
teve que se contentar
com as fagulhas da solidão.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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