CLAUSTROfOBIA

Na cela escura
do calabouço (meu quarto)
ouço o barulho da guilhotina
a extirpar cabeças.
De poetas que como eu
também acreditaram no amor.

Amor, que não se oprime em sentimentos vagos
Na liberdade de expressão...
No expandir de sentimentos, sem reservas, sem fronteiras...
Além do peito.

O brilho do sol refletido no aço
invade a janela , vem ferir meu peito
na tentativa vã de calar-me.

A poesia não sou eu. Nem me pertence
Calando-me, ela não se cala
Só muda de direção.

Exala nas rosas... desabrocha ao vento
E, se encontra outro abrigo...
Aquece o coração de outros poetas.

E assim... sucessivamente
a poesia vive, harmoniosa
a passear pelos séculos...

A poesia é viva!
E o poeta... o instrumento
que a sente na alma
e a repassa ao papel.

Na esperança que um dia
algum desavisado leitor
consiga a ousadia
de vislumbrar além das entrelinhas
o emaranhado de amor
que vive abrigado
no coração dos poetas.
Jaqueline Serávia
Enviado por Jaqueline Serávia em 24/10/2007
Reeditado em 10/06/2008
Código do texto: T707648
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