SOLIDÃO A VAGAR

SOLIDÃO A VAGAR

Eu gotejo nas folhas,
Com pingos em riste,
Como se as bolhas,
Me fossem tão tristes.

Gotas que borbulham,
No calor que insiste,
E no entanto torturam,
Meu ser que resiste.

E o pão se encharca,
Aos poucos no prato,
Mas não é de leite,
Pois eu choro de fato.

Se a vida é tortura,
Sem infância ou deleite,
Onde fui tão escravo,
E nem tive um aceite.

E assim é a solidão,
Em que estive a vagar,
Mesmo na multidão,
Que foi só um penar.

🥺