[As vozes]

As vozes estão mudas

As vozes, estão mudas.

Objetos, em forma de palavras...

Enjaulados, prisões feitas de carne.

O ar rarefeito ao nível do chão.

Um grito no silêncio,

Que rompe paredes...

Sem acordar ninguém.

Figuras distorcidas

Recortes de expectativas,

Convulsão, desilusão.

O corpo parece flutuar

Em um vazio, existência.

Pupilas dilatadas ecoam

O que o som não é capaz.

As vozes, mudas...

Não mudam.

Rosnados, preces, ilusão.

7 bilhões não fazem um coração.

Pablo Danielli