Poema – Carência & Desespero

Poema – Carência & Desespero

O que eu me tornei?

Uma criança carente

Suplicando por um pouco de carinho e atenção

Sinto falta

Quando em meus olhos só haviam

O sublime gosto da morte

E um desejo insaciável pelo suicídio

Hoje eu me vejo suplicando por um pouco de afeto

Me tornei escravo de sentimentos humanos

Que eu jamais soube que era capaz de expressar

É como se existissem duas almas

Habitando um único corpo

Uma delas deseja se enforcar

E sujar suas mãos de sangue

Enquanto a outra sonha com uma

Vida tranquila repleta de amor e carinho

O que eu deveria fazer?

Há tantos sonhos distantes

Que eu sei que nunca vou realizar

Me jogo nas trevas

Com a esperança de encontrar

O Diabo que um dia viveu em mim

Mas até o Diabo chora

Quando percebe quem eu me tornei...

Já não me importo mais com causas

Lutas ou ideologias

Todas as filosofias para mim estão mortas!

Eu só quero um abraço

E alguém que me implore para ficar

Talvez eu esteja adoecendo

E este seja o estágio final

Da depressão que me mata aos poucos

De inicio

Eu a expressei com ódio e rebeldia

Existiu um tempo

Em que eu realmente queimaria o mundo

Mas hoje eu me sinto fraco

Inseguro

Abandonado como um vira-lata qualquer

Quem sou eu na realidade?

Aquele monstro que caminhava na escuridão

Ao lado de Lúcifer e Asmodeus?

Ou essa criança indefesa e carente

Suplicando por um pouco de amor

Em um mundo cinza e sem esperanças...

Há...

O que mais me machuca

É que eu sei demais sobre o mundo e amor

O suficiente para saber que estou sendo tolo

E que no final

É a escuridão que prevalece em nossos corações

Eu me tornei um suicida

Infantil e sem propósito

Ou talvez...

Eu nunca tenha sido forte o bastante

Aquela máscara negra da qual eu usava

Caiu junto as lágrimas em meu rosto...

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 11/12/2019
Código do texto: T6816608
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