VIDRO

Sinto-me alado diante do espelho do camarim da vida;

Meu reflexo desaparece diante dos meus olhos de vidro;

Transponho-me em pensamento ao vácuo despedaçado.

Sinto-me perspectivamento sensorial aos fatos do eu sou e estar;

Sozinho numa linha linear que nunca separou o tu do eu;

És e estás no meu ser aquebrantado o sofrer;

E na fragilidade do eterno adormecer;

Lugares incertos quebram-se em minh'alma para alimentar-te;

Nos espelhos de vidra n'alma dolorida.

Sérgio Gaiafi

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 02/09/2019
Código do texto: T6735864
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