O LOBO ( Procurando um amor em sonhos...)
Na floresta do meu destino me perco;
Estou em lobo e às vezes em tigre;
Meu rugito feroz assusta-me!
E quanto mais adentro, perco-me!
Quero apagar as estrelas do céus;
Mesmo estândo mortas, brilham!
A lua azul chora pelo rugido!
Nuvens negra apagam o verde;
E a floresta de luto assusta-me, escureceu!
Ah! Quanto frio sinto n'alma;
Um poema lúdico em gelo;
Quebra meu sono em pedaços;
Ó sonho algoz!
Porque eu sou o perdido destino;
Porque eu vivo perdido e não sei;
"Quantos passos nesta floresta em breu darei?"
O uivo distante me aproxima do abismo;
Sinto uma feroz turbulência em meu caminhar perdido...
Trago comigo o esquecimento;
Do que sou realmente;
Para sair dessa angústia tênue;
E tentar matar o sol;
Pelos raios que não desejo ver;
Por nada mais para dizer;
Lamentar, talvez, um engano!
Duvidar, porém, não esquecer...
Sou mescla de gelo na efusão;
Diluído nos desejos;
Evaporação dos sentidos;
Duma história sem razão;
Um conto poético de sofreguidão.