FATALISMO

Restou-me, apenas, exilar-me

No túmulo da saudade

Meu obituário foi escrito

Com a tinta da tua despedida

E nela pude reconhecer

A caligrafia do teu abandono

Meus sonhos foram enterrados

Junto às vãs expectativas

Meus planos naufragaram

No vórtice da tua partida

Agora, recolho os destroços

Do despedaçado coração

Para que, quando a autópsia chegar

Se declare que foi

Outra paixão não correspondida

E assim,

Vou morrendo e ressuscitando

Sempre

Que um pretenso amor

Vem depositar flores

Na lápide da solidão

Onde ao desígnio, o sofrimento

É imputado

E sepultado

Sob o véu de mais uma desilusão

Restando apenas, insepulta

Como se fora um anátema macabro

Um resquício refratário de ilusão

Por um inédito recomeço.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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30 de julho de 2019

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 06/08/2019
Reeditado em 06/08/2019
Código do texto: T6714027
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