OLHOS DE CETIM

Estou recôndito nas sombras da amargura;

Sinto-me um tolo diante do engodar;

E, fascinantemente, minha loucura tênue;

Traduz a minha esperança ausente;

Alucinantemente eu, mortalha do adeus;

Num frugal desejo de te amar;

Tu. Para minha vida enlouquecida;

Assim esperar disciplinantemente...

Caminho entre lagos, paredes de vidros, mares...

E o oceano pulso em repulsa meu eu;

Dilacerado pela balbúrdia;

Que de dia e noite enfada;

Meu ser que pede os teus beijos...

Humilhando-se nesta cama;

Onde o mofo pueril se esconde;

Não vejo! Não sinto! Não toco!

Lágrimas contidas e ressentidas;

Pela trepida ânsia de implorar;

Teus abraços... teu aconchego para com o meu...

Oh! dor dilacerante;

Transgrides minha carne viva;

Como o punhal e sangra-me;

Deixando-me refém da agonia;

Nesse vale de sal;

Chama que se apaga no final;

Dos atos em um ato;

Na cândida tragedia de amar...

Perene adeus clamar.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 23/07/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6702297
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