O CANTO DO ROUXINOL
No quarto fechado;
Há cortinas de vidros, fechadas...
Nas quatro janelas abertas...
Livros, mesa, cama, cadeira, penteadeira...
Um silêncio frio;
Na minh'alma ardente...
Vejo-me na luz da escuridão;
Um pássaro a voar...
Espelhos quebrados;
No chão que piso, caminho!Andança!...chegada!
Cores em visão mantem-me legado;
Na prisão, mestre raro de penúltima estação;
E, nas vitrines dos meus reflexos;
Minha escuridão enaltece o anoitecer;
Num canto de angústia;
Em um entardecer.
Na ânsia frenética de ter-me;
Procuro ser a aparência nostálgica dos mágicos encantados;
Das fatas que multiplicam-se;
Nos corredores em vielas;Levando-me ao luto;
Na lua que ilumina em canto;Como rouxinóis bailando;
No mar da minha aparente figura;
De um camarim fechado.