Poema - Inquietudes de um homem louco
Poema - Inquietudes de um homem louco
Beijem os meus pés
pois eles caminharam sobre o sangue sagrados dos deuses
e não há nenhum pecado no mundo
que eu não os tenha sentido
Na dúbia luz dos meus olhos
reside uma inquietante solidão;
E nesta loucura que me atormenta
nascem devaneios vislumbres
de uma mente insana
Trancafiado no meu quarto como um animal
sou engolido por estas paredes de mentira
que já me viram chorar
Aqueles que me cercam
dos poucos que ainda não foram embora
acreditam que estou ficando louco
porque eu passo o tempo inteiro sozinho
e a minha única companhia são os livros velhos na estante
Aos poucos eles se afastam de mim
eu deveria me sentir culpado
mas sinto-me livre
E esta necessidade de viver só
funde-se com o sangue que corre em minhas veias
corto os meus punhos
e afogo meus pulmões em minha própria miséria
Sou um homem livre
e a minha maldição é viver
Aproximo-me da noite
e o silencio abre os meus olhos
solitário como um pássaro a se esconder da chuva
eu me divirto com a minha própria sombra
Eu sou o herdeiro dos sonhos
um anjo a vagar sobre a terra
e do sangue que escorreram das minhas asas
escrevi profanas poesias
Pois somente os indivíduos verdadeiramente elevados,
tornam-se Deuses ao se apaixonar pela solidão