Nuit
Do que nos importam as dores?
Do que nos importam as lágrimas?
Quando os vermes estiverem dançando
Sobre os despojos podres da carne!
Das janelas do meu quarto,
Eu vejo o mundo sangrar
Mas o mundo nem ao menos sabes que sangra;
Gritam os fiéis
- Oh cristo salve-me das chamas do inferno
E as chamas constantemente queimam seus filhos
Do que nos importam a fé?
Do que nos importam o ceticismo?
Quando as asas dos anjos caídos
Enfeitarem o túmulo dos homens
Eu sou hoje um homem maldito!
Pois em mim vivem dois Diabos
O da rebeldia e o do conhecimento
Por que ainda estamos vivendo
Como macacos em um zoológico?
Não deveriam os homens zombar da morte
Enquanto a vida os permite?
Em uma questão de segundos estaremos mortos!
Então gritem!
Gritem para que os deuses que criaram
Salvem a alma que acreditam ter.
Estou hoje dividido entre a solidão e os deuses
- Mas que deuses!?
Gritam os céticos
E eu vos direi quais Deuses
Aqueles que vivem sobre o túmulo do nada!
Enforcados sobre as tripas da solidão que os acolhe
Nos jardins floridos,
Aonde cantavam os pássaros e choravam os deuses
A morte de tudo em que acreditas
Dançava sobre o tumulo de suas convicções.
E a música que escutavas ao longe
Era solidão cantando para a chuva
Canções que a faziam chorar;
Mesmo que distante de todas as suas convicções
O Niilista reflete em seus olhos
A liberdade que afaga o seu coração...
Esse poema não é sobre Niilismo
Ou sobre Paixão
É sobre o apego a solidão
Cantada por pássaros por toda a imensidão
Que sabiam que para o universo,
De nada importavam a sua canção.
- Gerson De Rodrigues