Dia nefasto
Hoje o silêncio judiou de mim.
Bateu em minha face.
Bagunçou os meus cabelos.
Derrubou-me ao chão.
Cuspiu sobre minha pessoa.
Fez-me de gato e sapato.
Quando percebeu que tinha
paralisado todas as minhas ações,
até se tornar ensurdecedor,
deixou fluir lágrimas em meus olhos.
E quando constatou que tinha
mutilado alma e coração.
Lançou-me um olhar de descaso
e saiu caminhando por entre veredas
que me circundavam.
Ah! Silêncio como tu és ingrato.
Deixou-me a ermo e assim acabo
adormecendo.