A minha essência

Eu costumava em minha juventude, convencer a mim mesmo que havia algo de errado comigo. Algo doentio e intrínseco em minha mente sórdida que fazia de mim um homem doente. Eu costumava fazer as mesmas coisas, e persistir nos mesmos erros na tentativa infrutífera de negar minha verdadeira essência.

Mas eu sempre a escutava, uma voz macabra que gritava em minha mente

- Lembrai-vos que em todos os momentos de alegria, viveras outros mil de melancolia.

E como se eu estivesse atravessando um desfiladeiro com uma corda em meu pescoço, chamei-a de monstro, neguei a minha origem, a minha essência e os meus demônios.

Eu que já deveria saber, que quando uma flor é apanhada, ela morre imediatamente, mesmo que ninguém mais perceba. Mas eu estava vivo, mesmo com seu veneno frio correndo por minhas veias. Eu finalmente havia percebido... Era eu a voz que gritava em minha mente.

Então comecei a me livrar de tudo que não fizesse parte da minha essência. Pessoas, deuses, tudo e qualquer coisa que me pudesse negar quem eu realmente sou. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama Niilismo.

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 29/09/2018
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