O Tempo e o Medo (em busca do amor perdido)

Eu peguei na mão do tempo

E quis conduzi-lo pela minha estrada

Ledo engano

Achava que poderia arrancar o ponteiro das horas

Destacar as folhas dos calendários

Para então ressuscitar o passado

Embriagar o presente

E corromper o futuro

Pensava que poderia congelar os momentos

E na frivolidade dos meus pensamentos

Deitar-me promiscuamente

Sob o lençol do amor

Para então tragá-lo em toda a sua essência

Mas era ilusão

Uma ingênua pretensão

Apoderar-me-ia se pudesse

Por entre caprichos e devaneios

Do eterno instante que decorre

Entre seu olhar e o meu desejo

Mas não posso

Nem mesmo escravizar os sentimentos mais banais

Assim como que por renúncia

Ou resignação

Deixou-os libertos

Reféns da dúvida

De que eu poderia tê-lo

Na complexidade dos meus medos

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

04 de setembro de 2016

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 23/08/2018
Reeditado em 24/08/2018
Código do texto: T6428197
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