Violoncelo
Era todo meu ser quando abriste porta;
Pus copo de uisque na mão,era todo meu aparato;
Era ainda febril nosso retrato no aparador,ainda não guardado;
Ah! que se fosse coração lado a lado
Terias um martine nas mãos,e partituras na mesa!
Estranha volta tua ,talves deuses à bondade;
Meu ser pelo teu ser,mas se calou,que dava
vontade de viver,espéce de lua incimesmada,
de uma funda escuridão,era cada dia,
proporção do meu desuso!
Mas vida e semente estava se rompendo,
formas toda do teu corpo,brilharam;
O piano afastado de lado,
mas já estava maduro pra ti,pra vida e pra poesia!
Mas só disse que esquecera de devolver chave,
mas só vieste pegar passaporte deixado no criado-mudo,
e violoncelo no armário;Ofereci martine,chá de marcelas
e um trago no cigarro,a soslaio deixou chave da porta na mesa,
deu beijo no rosto pegou violoncelo,passaporte,
e deu trago no copo de uísque;
Bateu porta,seu permume ainda pairava!
Sou poeta menor,mas coração precavido,como o meu,
saí pra fazer poesias nas calçadas e nas avenidas;
Acendi cigarro,e percebi que amar e sentar na calçada,
São a mesma coisa!
Gesto degustado,inflingido, no trago do cigarro;
Já proxima linha de sol;
Sempre sob o mesmo abismo!!