Meu eu vira lata
Meu vira lata
Sou um vira lata soturno,
Tráfego pela madruga sem rumo
Entre pulgas e carrapatos me aprumo...
Durmo sobe as estrelas
Quando há
Porém não me incomodo com o céu nublado e sem luar...
Faço poesia sobre a rua
Sobre a vida dura
Sobre as putas
E sobre essa de amar
Sou um cão sem êra nem beira
Pelas esquinas me aprumo degustando da noite a derradeira...
As vezes me oferecem um osso
No outro desgosto
Mas vivo um dia
Após o outro.
Meu eu vira lata
Caminhando entre as madrugadas
Sonhando com um romance em algum lugar da via Lactea
Não me custa sonhar.
Por Alexandre Samambaia