...E lá se vai minha embarcação
Rumo à mares sem nome
Sem paragem devida
Sem crenças de dias ensolarados
ou crepúsculos de sonhos.
O horizonte é imenso
Tão intenso que enlouquece
O vermelho tinge o firmamento
Hoje, nada e nem ninguém rege o leme
À deriva ele vai
em direção a destino assombroso.
O amor desembarcou no último porto
A esperança atirou-se às águas profundas
de um oceano indiferente
... A solidão estancou na proa
A saudade nem canta mais
Aqui jaz o que um dia foi
( Um navio imponente)
Ainda não naufragado
porém à muito sepultado
por uma tempestade de vidro
De tesouros perdidos...
De olhos mortos
Plenos de alheamento
de tudo.
...Em busca de cousa alguma.
Somente.
Nada mais que uma
aquarela de sangue
sobre uma tela demente.
Rumando à porto algum.
Algum.
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