NOSTALGIA

Saudades da velha infância

Dos meus tempos de criança

Onde a dor era sentida no momento

Não mais que no instante da dor...

... Depois da surra renhida,

esquecia a ferida no couro

Fazia da brincadeira o tesouro

que encantava os sonhos

Não havia o verso tristonho

Apenas os de amor

Amor de menina

Amor sem beijos ou mãos atrevidas

Apenas os olhares pelas arestas do barraco

Memórias tão queridas...

Como o mar sob o barco

Contemplação de um velho retrato

Mas,

... Tudo era tal como agora

Com suas tragédias e terrores

As indiferenças, os dissabores

Mas hoje tudo demora...

Cá dentro a ferida persiste

E o poema sempre é triste

Mesmo nos dias de sol na beira do cais

" Nunca mais"

Só nos sonetos da Corvo.

Um estorvo

Mas a gente se acostuma a ser só alegria plena na lembrança

dos dias de criança de trança,

no versar que anestesia o agora,

sempre repleto do verso.

A vida segue seu rumo

E sorrimos sempre, sempre

... Mesmo que um riso enviesado e meio sem rumo.

Mas com poesia.

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 10/08/2017
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