Busco-te nas ruas
Nas feiras
Nos becos escuros
Grito teu nome
Sinto fome
Fome de ti
Sede de tua boca
em mim...
O desejo arde
Consome a cerne
Machuca a carne
Mordo o lábio inferior
( Pensamento no lábio teu)
Doce acalentar de minhas mãos,
agora, vazias, do teu desejo.
Eu quero a lua plena em ti
Criando sombras da tua silhueta
Tão familiar para mim
Ocupas tanto do meu eu
que nada sobra
para ser
eu.
Grito teu nome
Rios de águas secas
Vem cobrir-me com teu corpo, amor...
... Vem completar meus versos
Vem calar minhas palavras
Nada tenho à te dizer
e tanto para te dar.
Mas estou só.
Como o arvoredo em meio à campina
Tomo mais uma cerveja
Ascendo mais um cigarro
Ouço Elis...
...E tudo que eu quis
Apenas quis.
Estou só
E quase embriagada
Madrugada vadia
Se não vens,
o que posso fazer senão roubar estrelas
lá do céu,
enfeitar meus cabelos para ninguém!
entre um gole e outro...
...Entre um cigarro e outro.
E tudo é tão finito meu Deus!
Grito noite adentro
...E eu, que queria apenas um pouco do teu querer por mim,
Silencio
Não queres mesmo ouvir minha voz.
Escrevo um poema raso.
Superficial
Enquanto me esqueço
de mim, para ser por completo, tua.